sexta-feira, 12 de janeiro de 2007

As leis fundamentais da estupidez humana (parte I)

Pergunto-me, não poucas vezes, e à revelia das explicações do foro psicológico, a que se deverá a persistência da perversidade, da maldade deliberada, da inesgotável capacidade de produção de decisões mal informadas e incompetentes, manifestada por tantas pessoas. Diz Giancarlo Livraghi (1996) (http://gandalf.it/stupid/portug.htm) que tendemos a culpar a perversidade intencional, a malícia astuta, a megalomania, e outros defeitos morais pelas más decisões (sic). Mas a verdade é que a explicação não reside aí. Este mesmo autor nos diz que a maioria dos terríveis erros produzidos pela história, se devem à mais pura e genuína estupidez, frequentemente com resultados devastadores.


Carlo M. Cipolla, um professor Historia Económica em Pisa e em Berkeley, publicou pela primeira vez, em Itália e e em boa hora (1988), uma pequena e deliciosa pérola designada As Leis Básicas da Estupidez Humana, no âmbito de uma obra intulada Allegro Ma Non Troppo. A primeira edição portuguesa, da CELTA Editores, data de 1993.

Cada um de nós substima sempre e inevitavelmente o número de indivíduos estúpidos em circulação.

Segundo aquele autor, os seres humanos confrontam-se com um fardo que torna as atribulações da sua vida, ainda mais penosas e acrescidas, comparativamente aos demais animais. Esse acréscimo de atribulação é causado por um grupo especial de indivíduos, também pertencente à espécie humana, grupo esse que, apesar de não organizado, é detentor de um poder devastador que muitas vezes , sem presidente ou líder, se manifesta de forma sintónica, complementar e transversal. Esse grupo tão poderoso é o grupo dos estúpidos. São 5 as leis fundamentais da estupidez humana, segundo Carlo Cippolla.


A primeira lei fundamental da estupidez humana, afirma, sem margem para dúvidas e sem qualquer piedade ou perversidade:


Cada um de nós substima sempre e inevitavelmente o número de indivíduos estúpidos em circulação (sic).


Ou seja, qualquer estimativa numérica ficará sempre aquém da realidade.


A segunda lei refere claramente que:


A probabilidade de uma certa pessoa ser estúpida é independente de qualquer outra característica dessa mesma pessoa (sic).


Portanto, não só as pessoas não são todas iguais como a estupidez é uma característica que ignora raças, credos, convicções, classes, género, ou outra coisa qualquer. Por outro lado, uma pessoa que julgámos racional pode revelar-se irremediavelmente estúpida, a qualquer momento.


(continua)

2 comentários:

Anónimo disse...

Tudo bem, mas onde é que entra aqui o papel do Prof. Doutor Suspenso Freitas?

sweetjane disse...

O papel do Suspenso Freitas será o de decidir qual de nós é mais estúpido, mas sobre isto aguardar a sequência da crónica.