quinta-feira, 7 de dezembro de 2006

A culpa não é minha......

O mundo começa a parecer um sítio mais feio do que realmente é. A nossa casa começa a ser para nós um espaço intolerável, bem como as pessoas que nos rodeiam. As mais próximas começam, na nossa cabeça, a ser as culpadas da nossa insatisfação, porque, incapazes de lidar com a nossa própria inactividade, atribuímo-la ao facto de estarmos encurraladas por maridos, filhos, mães, sogras. E no trabalho a mesma coisa.


É tanto pior, quanto pior nos sentirmos connosco próprias. Tanto pior quanto maior for a nossa frustração. É um mecanismo de defesa que faz com que, nessas cirucnstâncias, percamos a esperança de vir a mudar algo, uma vez que, por essa lógica, não depende de nós poder fazê-lo. E é uma má lógica porque nos impede de descobrir o que é que está ao nosso alcance fazer.

4 comentários:

Anónimo disse...

Quero escrever mas não tenho mesmo este dom... só queria dizer que depende do locus de controlo! lol
Bjs
Mi

Anónimo disse...

Eu gostava de ter uma roullotte de tostas e de cervejas na praia. Era o meu sonho.

Anónimo disse...

Finalmente alguém que me compreende. Ultimamente tenho-me dado conta da existência de uma série de pessoas intoleráveis. E elas são claramente culpadas da minha insatisfação, da minha incapacidade artístico-literária, e da minha inépcia intelectual. São elas quem tem a culpa. Ao ler este post de sweetjane fico contente e inspirado e deprimido e melancólico, tudo ao mesmo tempo, o que é sinal de que este post de sweetjane - que muito respeito intelectualmente, mas ao mesmo tempo não respeito porque não me ajudou a tirar o curso - tem muita sabedoria na sua essência. Este post é essencialmente sabedor e sabiamente essencial. Na lógica deste post descobri que está ao meu alcance mudar a minha vida; no alcance deste post descobri a falta de lógica da minha vida. Jardel nasceu com o dom de marcar golos; eu nasci com um conjunto de recursos de estilo que me são inatos e que me são inaptos. Não vejo ninguém queixar-se do facto de Jardel não marcar golos, porque haveria de aceitar que venha alguém negar-me o espaço que eu tenho como meu, ou invadi-lo com provocações disfarçadas de boas intenções mascaradas de más-criações a fazer de conta que são reflexões? Não me parece correcto, nem certo, nem bem. A humildade da bondade da consciência terapêutica num mundo em constante mutação em que não falta um segundo sem um segundo passar obriga-nos a lembrar aos outros os valores que devemos ter como imutáveis em constante mutação. Tudo o resto é ruído. Tudo o resto é feio. Tudo o resto é presença indesejável. Obrigado.

sweetjane disse...

Ó minerva, essa cena do locus de controlo fica ao pé do ponto G?